Será que o SEO já não basta sozinho?

Se trabalhas em Marketing Digital, provavelmente já ouviste a frase: “O SEO morreu.” Pois bem, não morreu. O SEO está mais vivo do que nunca. O que acontece é que está a transformar-se.

Se queres destacar a tua marca num mundo onde a Inteligência Artificial (IA) já dita resultados de pesquisa, precisas de perceber como esta evolução impacta o teu negócio e como podes adaptar as tuas estratégias digitais


SEO não é coisa do passado

Durante anos, falámos de Search Engine Optimization (SEO) como o conjunto de técnicas que garantem uma boa posição nos resultados de pesquisa: palavras-chave, meta-descrições, backlinks e otimização técnica. E a verdade é que tudo isto continua a ser essencial.

No entanto, o comportamento dos utilizadores mudou: em vez de procurarem apenas no Google, muitos perguntam diretamente ao ChatGPT, ao Copilot ou ao Perplexity. E na maioria das vezes, nem chegam a clicar em links (recebem a resposta direta).

E aqui entra a pergunta: será que o SEO já não basta sozinho?

A resposta é: basta, desde que evolua. O que antes era visto apenas como otimização para motores de pesquisa, hoje integra novas dimensões que respondem também a motores de resposta, motores generativos e modelos de linguagem. Não falamos de coisas diferentes. Falamos da mesma disciplina a adaptar-se a novas realidades.


A nova era: AEO, GEO e LLMO

Nos últimos tempos, surgiram três siglas que estão a marcar o debate do Marketing Digital.

  1. AEO (Answer Engine Optimization): otimização para motores de resposta;
  2. GEO (Generative Engine Optimization): otimização para motores generativos, como o Google SGE;
  3. LLMO (Large Language Model Optimization): otimização para modelos de linguagem, como o ChatGPT ou Gemini.


Se parecem mundos à parte, na realidade não são.
São apenas extensões do SEO. Todas partem da mesma base: conteúdos de qualidade, estruturados, credíveis e preparados para responder às intenções de pesquisa do utilizador. 


Mas então, o que muda?

Quando otimizas para SEO tradicional, queres aparecer bem posicionado nas páginas de resultados dos motores de pesquisa (SERPs). Mas quando pensas em AEO, GEO ou LLMO, o objetivo é um pouco diferente: não é só aparecer, mas sim ser a resposta escolhida

Por exemplo, num motor de resposta (AEO), o utilizador faz uma pergunta direta, e o motor precisa de uma resposta curta, objetiva e confiável.

Por sua vez, num motor generativo (GEO), a pesquisa vai gerar um resumo completo com várias fontes e, por isso, o conteúdo precisa de ser claro o suficiente para ser citado nesse resumo.

num modelo de linguagem (LLMO), a resposta vai depender de bases de dados, contextos e credibilidade da fonte. Como tal, quanto mais estruturado e autoritário for o conteúdo, mais hipóteses tem de ser “a voz” escolhida pelo modelo.

Em todos os casos, falamos de SEO aplicado à nova realidade da IA.


Como funciona isto na prática?

Para perceberes, de forma prática, como o SEO está a evoluir com a IA, vamos a um exemplo simples. Imagina que alguém pesquisa sobre “Como fazer um bolo de chocolate”. 

Os exemplos abaixo mostram como os diferentes motores lidam com a mesma pergunta:

  • Pesquisa tradicional no Google: o utilizador procura esta longtail e vê dez links azuis. Clica num artigo, navega pelo site, encontra publicidade e, eventualmente, subscreve uma newsletter. Aqui, o objetivo do SEO é levar o utilizador ao teu site.

  • Pergunta ao ChatGPT (ou outro modelo de IA): o utilizador faz a pergunta e recebe a receita completa diretamente na resposta, sem precisar de sair da plataforma. A fonte original pode ser citada, mas nem sempre é. Aqui, o desafio é que o conteúdo seja escolhido como referência confiável pelo modelo de IA.

  • Google SGE (Search Generative Experience): o utilizador recebe um resumo gerado automaticamente, com duas ou três fontes citadas abaixo. Pode clicar para obter mais detalhes, mas muitos não o fazem. O foco não é mais só aparecer na primeira página, mas sim ser a fonte citada e reconhecida pelo motor de IA. 


E este é o novo jogo do SEO.
Já não é só sobre estar na primeira página dos resultados de pesquisa, mas sim garantir que o teu conteúdo é a resposta escolhida quando alguém pergunta algo a um motor de IA.


SEO é a raiz, o resto são galhos

Imagina o SEO como a raiz de uma árvore. Sem ela, nada cresce. O AEO, GEO e LLMO são ramos novos, que surgem porque a árvore continua viva e a adaptar-se ao ambiente. Não há separação, mas sim continuidade.

As keywords continuam a ser importantes, mas agora é preciso pensar em linguagem natural e perguntas completas (quem, como, quando, porquê).

A autoridade ainda manda, mas ganha novas formas. Dados oficiais, estudos e fontes credíveis ganham maior relevância

A experiência do utilizador mantém-se central, só que hoje é também importante garantir que este é capaz de receber respostas diretas num motor de IA, sem precisar de sair dele.

Ou seja, o SEO não acabou. Está só a expandir-se.


Como podes aplicar isto no teu negócio?

Se queres preparar a tua marca para este futuro (que já está a acontecer), tens de pensar em camadas de otimização.


1. Responde como se estivesses a falar

Trabalha FAQs, blocos de resposta diretos e linguagem simples. Um motor de resposta vai preferir citar frases curtas e claras, em vez de parágrafos cheios de floreados.


2. Estrutura para máquinas e pessoas

Usa headings, bullet points, tabelas e listas numeradas. Quanto mais organizado o conteúdo estiver, mais fácil será para os modelos de IA extrair a informação relevante.


3. Trabalha autoridade e confiança

Inclui referências oficiais, estudos de mercado e fontes credíveis. Os motores de IA procuram reduzir o risco de dar respostas erradas e, por isso, privilegiam conteúdos que passam confiança.


4. Investe em dados estruturados

Schema Markup, metadados e outras formas de organização ajudam os algoritmos a compreenderem melhor o teu site. Isto é SEO clássico com impacto direto em AEO, GEO e LLMO.


5. Não esqueças a otimização técnica

Velocidade do site, mobile-first e arquitetura limpa continuam a ser essenciais. Sem uma raiz saudável, os novos ramos não crescem. 


O que significa isto para ti?

Significa que, se continuares a ver o SEO apenas como uma lista de truques para agradar ao Google, vais ficar para trás.

SEO é uma disciplina viva, que se adapta às novas formas de procurar e consumir informação. 

Hoje, otimizar é mais do que aparecer na primeira página. É garantir que a tua resposta é a escolhida quando alguém pergunta algo ao ChatGPT, ao Google SGE ou ao Copilot.


O SEO não acabou, transformou-se

Portanto, à pergunta “Será que o SEO já não basta sozinho?”, a resposta é sim, basta. Isto porque o SEO inclui todas estas evoluções. Ele é a base de tudo. O que temos agora são novas camadas que são, na realidade, novas oportunidades para expandir o alcance e conquistar espaço nos motores de IA

Quem dominar esta evolução primeiro, fica à frente. E este é o segredo. A tua marca pode ser a próxima a aparecer não só no Google, mas também como resposta direta nos motores de IA. E isso, hoje, é ouro.


Estás pronto para dar o salto?

Se queres que a tua marca seja a resposta escolhida pelos motores de IA, não podes esperar. Os algoritmos estão a aprender agora quais são as fontes credíveis.

Ação imediata: pega numa das páginas mais importantes do teu site e faz o teste da pergunta direta. Se não conseguires resumir o valor numa frase clara, tens trabalho pela frente.

Ação a médio prazo: audita todo o teu conteúdo com foco em linguagem natural, estrutura e autoridade.

A corrida já começou. E quem chegar primeiro aos motores de IA, fica com a pole position para os próximos anos.

Precisas de ajuda para implementar estas mudanças? Fala connosco. Estamos prontos para preparar a tua marca para a era da IA.

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